Em fevereiro de 1976, um grupo de jovens de Espinho desenvolvia a ideia da criação de uma mostra de cinema de animação e banda desenhada, sob o nome CINANIMA – a junção de cinema e animação. Uma iniciativa audaz e inovadora uma vez que nascia do entusiasmo deste grupo de jovens e sem garantias de apoios financeiros, numa cidade costeira, longe dos grandes centros urbanos, promovendo o princípio da descentralização cultural.
Em novembro de 1976, tem lugar o ensaio daquele que viria a tornar-se o primeiro evento internacional inteiramente dedicado ao cinema de animação em Portugal.
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Descobre a história do CINANIMA nesta timeline
Em fevereiro de 1976, um grupo de jovens de Espinho concebeu a ideia pioneira de criar uma mostra de cinema de animação e banda desenhada, sob a designação CINANIMA - uma amalgama de cinema e animação. Esta iniciativa, ousada e inovadora, nasceu do entusiasmo deste grupo jovem, desafiando as expectativas ao avançar sem qualquer garantia de apoio financeiro. Localizada numa cidade costeira, distante dos principais centros urbanos, a iniciativa promoveu o princípio da descentralização cultural, abrindo caminho para uma nova era na promoção da arte cinematográfica. Em novembro do mesmo ano, teve lugar o ensaio que daria origem ao primeiro evento internacional dedicado exclusivamente ao cinema de animação em Portugal.
De 23 a 27 de novembro, realizou-se a primeira edição do CINANIMA - Festival Internacional de Cinema de Animação, assinalando o início de uma tradição que se tornaria o mais antigo festival de cinema em Portugal e o terceiro mais antigo do mundo na categoria de animação. O júri, composto por figuras proeminentes a nível nacional, como Álvaro Costa (o "pai espiritual do Festival") e Vasco Granja, juntamente com nomes internacionalmente reconhecidos como René Laloux, Hélène Blanc e Gaston Roch, um apoiante vitalício do Festival, ajudou a consolidar a sua reputação desde o seu início.
Durante este período inicial crucial, a primeira Comissão Organizadora do CINANIMA empenhou-se arduamente na promoção e reconhecimento do festival tanto a nível nacional como internacional. Estabeleceram-se parcerias estratégicas e relações estreitas com festivais de renome, como Annecy, Zagreb e Ottawa, solidificando o seu lugar no panorama global do cinema de animação. Neste mesmo ano, António Gaio assume a direção do festival, marcando o início de uma era que duraria até 2015, durante a qual o CINANIMA floresceu e expandiu as suas fronteiras.
Neste ano, o festival alargou o seu programa, incluindo workshops, seminários e exposições, proporcionando oportunidades valiosas para animadores e entusiastas mergulharem mais profundamente na arte da animação para além das projeções.
O reconhecimento internacional do CINANIMA cresceu exponencialmente, com a sua aceitação pela Academy of Motion Pictures Arts and Sciences e pela ASIFA - Associação Internacional de Cinema de Animação, cimentando assim a sua posição como uma força influente no mundo da animação.
Como forma de reconhecer contribuições notáveis para a arte da animação, o CINANIMA instituiu o Prémio António Gaio.
Num marco notável da sua história, o filme "Father and Daughter" de Michael Dudok de Wit (Países Baixos/Reino Unido) ganha o Oscar™ de Melhor Curta-Metragem de Animação, após conquistar o Grande Prémio do CINANIMA em 2000, um testemunho do impacto global do festival.
Este ano marcou uma expansão significativa do festival, com a organização de exibições e eventos em várias cidades de Portugal, alargando assim o seu alcance e impacto na comunidade cinematográfica nacional.
O CINANIMA lança um ambicioso programa educativo, colaborando com escolas e universidades para promover a literacia em animação e nutrir o talento emergente neste campo artístico.
Lamentavelmente, assinala-se a perda de António Gaio, que durante 35 anos liderou o CINANIMA com dedicação e paixão, deixando um legado duradouro na comunidade cinematográfica portuguesa.
O CINANIMA celebra o seu 40.º aniversário com uma edição especial repleta de retrospetivas, masterclasses e exposições que destacam a notável evolução da animação ao longo de quatro décadas de história. João Machado, frequentemente aclamado como mestre do cartaz, tem sido consistentemente reconhecido pela GRAPHIS - The International Journal of Visual Communication ao longo dos últimos 20 anos. Este ano, foi agraciado com três prémios, incluindo um pelo cartaz que criou em comemoração aos 40 anos do CINANIMA.
Regina Pessoa, animadora, realizadora e ilustradora portuguesa, reconhecida internacionalmente pelo seu trabalho em filmes de animação que exploram temas como identidade, memória e emoções humanas, lecionou uma masterclass no CINANIMA sobre Técnicas de Animação e Narrativa Visual.
Apesar dos desafios sem precedentes impostos pela pandemia de COVID-19, o CINANIMA adaptou-se com sucesso a um formato virtual, garantindo que o público continuasse a desfrutar de filmes de animação no conforto dos seus lares, resguardados do vírus.
O CINANIMA regressa com projeções presenciais e eventos, proporcionando ao público uma experiência renovada nos teatros e locais em Espinho e além, reafirmando o seu compromisso de celebrar a arte da animação em todas as suas formas.
Um momento histórico para o cinema português, a Menção Honrosa do CINANIMA para o melhor design de som, "Ice Merchants", de João Gonzalez, é nomeada para o Oscar™ na categoria de Melhor Curta-Metragem de Animação, um feito inédito para Portugal, por ser uma conquista que não só reconhece o talento de João Gonzalez como realizador, mas também coloca a animação portuguesa no radar internacional de forma significativa.
Em novembro deste ano, o CINANIMA marcou um momento significativo na história da animação portuguesa ao realizar uma exposição comemorativa dos 100 anos deste meio artístico em Espinho. A exposição destacou os momentos mais marcantes, os talentosos criadores e as obras impactantes que definiram um século de cinema de animação em Portugal. A exposição reafirmou o compromisso do CINANIMA em promover, preservar e inspirar a arte da animação, consolidando ainda mais o festival como um ponto de referência para os amantes da animação em todo o mundo. Também a vencedora do Grande Prémio do CINANIMA, "Our Uniform", Yegane Moghaddam, é nomeada para o Oscar™ na categoria de Melhor Curta-Metragem de Animação.
Ao longo dos seus 48 anos de história, o CINANIMA teve o privilégio de colaborar com uma lista impressionante de talentos do cinema de animação, tanto a nível nacional como internacional. Desde os lendários nomes como Nicole Salomon (França), Frédéric Back (Canadá), Quino (Argentina) e Michael Dudok de Wit (Países Baixos/Reino Unido), até aos talentos emergentes que encontraram no festival uma plataforma para partilhar as suas obras. A nível nacional, figuras como Alves Costa, Vasco Granja, Artur Correia e Regina Pessoa, entre muitos outros, contribuíram para a evolução e o prestígio do CINANIMA. Através destes marcos, o CINANIMA solidificou o seu lugar como uma referência no mundo da animação, destacando-se como uma montra líder para filmes de animação, um ponto central para profissionais da indústria e um catalisador vital para a educação e apreciação da animação em Portugal e além.